Líder da ala do PL no Senado e responsável pelo projeto de lei relacionado ao Drex (PL 80/2023), o senador Carlos Portinho (PL/RJ) emitiu uma declaração controversa e ambígua na quarta-feira (6) durante a Blockchain Rio: “Vou abordar o Drex. Que questão delicada! Não é viável mencionar esse assunto. Eles irão gerenciar nossas vidas. Talvez. Talvez não. Devemos compreender sem restrições, discutir sobre os assuntos”.
Portinho inaugurou o primeiro debate do evento, apresentando Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, e não economizou elogios ao dirigente designado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Além disso, deu a entender que possui uma perspectiva favorável em relação ao Drex.
No entanto, Portinho está em terreno instável nesse tópico. A concepção de uma CBDC tem provocado uma enxurrada de críticas por parte do eleitorado de tendência direitista, alegando ser um sistema desenvolvido para monitorar a população. Os reflexos disso são evidentes: o BC está cada vez mais tentando desvincular o Drex do conceito de CBDC.
Um exemplo disso é o projeto de lei da deputada Júlia Zanatta, do mesmo partido de Portinho, que busca alterar a Constituição do Brasil para inserir uma cláusula na legislação maior proibindo a implementação de uma CBDC.
Imediatamente após discorrer sobre o Drex, Portinho encontrou um elo para criticar o processo eleitoral brasileiro. Segundo o senador, mencionar a urna eletrônica também é um tema tabu. Sua argumentação então se dirigiu para uma fusão pouco clara da tecnologia blockchain com o voto em papel.
“Por qual razão não podemos modernizar as urnas eletrônicas, incorporando nelas em sua estrutura e tecnologia blockchain? Por transformou-se em um assunto proibido. Não. Precisamos debater, pois a tecnologia não é estagnada, ela está em constante evolução, e não podemos ficar para trás. Pode ser viável o voto impresso? É possível. Mas devemos ponderar sobre o sistema, sobre a segurança do sistema”, expressou.
O senador não especificou como seria essa união entre a tecnologia de registro digital descentralizado e a impressão de votos em papel. PL é o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro e a descredibilização do processo eleitoral do Brasil após a derrota nas eleições presidenciais de 2022 tem sido um dos principais temas das alas bolsonaristas no Congresso.
Fonte: Portal do Bitcoin