O empréstimo de ativos, também chamado de custódia paga, é uma das maneiras de remunerar quem investe em renda variável. No entanto, não se trata apenas do benefício financeiro que essa estratégia proporciona, a pluralidade também é um aspecto essencial.
De que forma ocorre o empréstimo de ativos?
Existem dois lados fundamentais: aquele que empresta (o cedente) e o que toma emprestado os ativos (o tomador). O cedente autoriza a transferência das suas posses para um terceiro (tomador) por um período específico e recebe uma taxa de cedência como contrapartida.
Já o tomador, segundo as palavras de Felipe Martins Passero, CFA e parceiro da InvestSmartXP, paga um valor diário como aluguel, com base em uma taxa anual, para poder alugar uma ação que não possui. Passero destaca que essa ferramenta é benéfica para ambas as partes: oferece mais alternativas aos tomadores para atuar no mercado e proporciona aos investidores de longo prazo uma remuneração extra.
Conforme Eduardo Becker, instrutor da B3, há diversos tipos de empréstimo de ativos. Um deles é o empréstimo com prazo de vencimento fixo, no qual o tomador deve devolver as ações ao cedente na data estabelecida em contrato.
Também existe o empréstimo reversível ao cedente, no qual o cedente pode requerer de volta as ações quando desejar, o empréstimo reversível ao tomador, possibilitando que este devolva os ativos quando quiser, e o empréstimo reversível a ambas as partes.
Empréstimo de ativos como estratégia de diversificação de portfólio
Para Marcos Piellusch, professor da FIA Business School, a abordagem do empréstimo de ativos pode trazer vantagens em termos de diversificação tanto para o cedente quanto para o tomador.
“O empréstimo de ativos é uma ferramenta versátil tanto para cedentes quanto para tomadores, oferecendo benefícios como receita adicional, flexibilidade operacional, e redução de riscos de mercado”, declara. Veja os principais apontamentos:
Variedade por parte do Cedente
Ganhos de Renda Passiva: Expandir a fonte de renda, por meio do empréstimo de ativos, pode auxiliar a suavizar as oscilações de preço das ações, já que o aluguel proporciona um fluxo de caixa constante.
Mitigação de Riscos de Liquidez: Ao emprestar ações, o cedente mantém uma posição passiva e a longo prazo, e ainda obtém uma remuneração extra, sem precisar vender suas ações e perder a exposição ao crescimento de longo prazo.
Variedade por parte do Tomador
Adaptação nas Operações: O tomador consegue empregar o empréstimo de ativos para implementar várias estratégias de mercado, como proteção contra posições compradas ou para executar arbitragens.
Diversificação Estratégica: O tomador pode acessar e utilizar diferentes ativos para estratégias específicas sem necessariamente investir diretamente na compra das ações.
Em síntese, Piellusch destaca que para o cedente, é uma forma de diversificar e otimizar o retorno sobre os ativos mantidos na carteira. Já para o tomador, apresenta oportunidades de lucro em diferentes cenários de mercado e facilita o acesso a estratégias de negociação mais elaboradas.
Qual a forma de disponibilizar as ações para empréstimo?
O empréstimo pode ser realizado na aplicação ou plataforma da corretora onde o investidor possui suas ações, geralmente por meio do serviço denominado “Custódia remunerada”. Normalmente, não há um valor mínimo exigido para disponibilizar ações para empréstimo. As corretoras são responsáveis por intermediar a operação e combinar cedentes e tomadores.
Existe um limite máximo para o empréstimo dos papéis de uma empresa, equivalente a 35% do total de ações emitidas pela companhia.
A B3 divulga diariamente a média da taxa de remuneração dos ativos para consultar, acesse o link Taxa de cedência, em seguida clique em “Clearing” e selecione “Empréstimo de ativos – Empréstimo Registrados” e por fim, insira o nome da empresa.
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Fonte: Bora investir