O Brasil obteve a menor taxa de desemprego já registrada pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) no segundo trimestre deste ano, graças às oportunidades de emprego na área da educação.
No dia 31, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou que a taxa de ocupação entre abril e junho foi de 5,8%, o menor valor desde 2012. O número de trabalhadores alcançou 102,3 milhões, o que também é um recorde.
O IBGE ressaltou que, comparando o primeiro e o segundo trimestres deste ano, nove dos dez setores mantiveram estabilidade, com uma expansão ocorrendo somente na administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais.
Nesse segmento, quase 18,9 milhões de pessoas estavam empregadas, um aumento de 4,5% em relação ao trimestre anterior. Isso significa que 807 mil indivíduos encontraram emprego. Esse setor é o segundo com mais ocupações, perdendo apenas para o comércio, reparo de veículos e motocicletas, com 19,5 milhões de vagas ocupadas.
Período letivo
Dentro da administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde e serviços sociais, foi a área da educação, tanto pública quanto privada, que liderou as contratações. Foram abertas oportunidades para professores, auxiliares, inspetores e zeladores, principalmente nas prefeituras.
A coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy, explicou que há uma sazonalidade nesse setor, relacionada ao período do ano. A administração pública tende a dispensar funcionários no fim de dezembro, recontratando-os posteriormente, sobretudo a partir de março, quando as aulas do ensino fundamental são retomadas.
“Além disso, as atividades de saúde também contribuíram para esse crescimento, mas é inegável a importância do setor da educação nesse processo de recuperação neste segundo trimestre”, afirmou.
Veja como os demais setores se comportaram comparando o primeiro e o segundo trimestres:
- Agricultura, pecuária, florestal, pesca e aquicultura: 126 mil vagas (1,7%)
- Indústria em geral: 163 mil empregos (1,2%)
- Construção: menos 14 mil vagas (queda de 0,2%)
- Comércio, reparo de veículos e motocicletas: 258 mil empregos (1,3%)
- Transporte, armazenagem, correios: 123 mil vagas (2,1%)
- Alojamento, alimentação: menos 55 mil vagas (queda de 1%)
- Informação, comunicação, finanças, imóveis, serviços profissionais e administrativos: 223 mil vagas (1,7%)
- Serviços domésticos: 60 mil vagas (1,1%)
- Outros serviços: 101 mil vagas (1,9%)
Atualização da série
A Pnad Contínua divulgada em 31 de julho é a primeira a adotar a nova amostra representativa de domicílios, baseada nos resultados do Censo 2022.
As descobertas do censo levaram o IBGE a ajustar a amostra, resultando na revisão de toda a série histórica da Pnad, prática comum em vários países.
No entanto, de acordo com Adriana Beringuy, não houve mudanças significativas, com muitas taxas permanecendo iguais.
“A dinâmica do mercado de trabalho permaneceu a mesma”, afirmou.
Dos 159 trimestres móveis analisados desde 2012, apenas 25 tiveram a taxa de desemprego modificada, geralmente com variações de no máximo 0,1 ponto percentual para mais ou para menos.
Desde outubro de 2021, nenhum trimestre sofreu alterações. Assim como na série anterior, a maior taxa de desemprego foi de 14,9%, registrada nos trimestres encerrados em setembro de 2020 e março de 2021, ambos durante a pandemia da covid-19.
Fonte: Agência Brasil