Estudo realizado pela Associação Brasileira das Instituições dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) revela que as angariações das companhias por meio das debêntures incentivadas conforme estabelecido pela Lei 12.431 totalizaram R$ 62,5 bilhões nos primeiros cinco meses de 2025, apresentando um incremento de 39,3% em comparação com o mesmo período do ano antecedente. Exclusivamente em maio, as corporações arrecadaram R$ 8,9 bilhões.
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De acordo com Cristiano Cury, responsável pela Comissão de Renda Fixa na Anbima, essa significativa captação ao longo do ano demonstra a confiabilidade das empresas, as quais enxergam no instrumento uma opção de financiamento a longo prazo, além da confiança dos investidores interessados em diversificar seus portfólios.
Na concepção do executivo, os dados sinalizam a continuidade do avanço no ritmo das emissões de debêntures, mesmo diante dos bons resultados obtidos nos meses precedentes: “As captações expressivas mais uma vez confirmam a importância desse instrumento no financiamento a longo prazo das empresas, mesmo nesse contexto de taxas elevadas”.
As debêntures incentivadas são títulos de dívida emitidos por companhias com o propósito de custear projetos de infraestrutura. Representam uma opção de aplicação que assegura isenção ou diminuição do Imposto de Renda (IR) para indivíduos.
Constituem um investimento com rentabilidade superior à inflação, podendo superar a taxa do Certificado de Depósito Interbancário (CDI), constituindo uma forma de ampliar a diversificação do portfólio de investimentos, combinando estabilidade e lucratividade, conforme o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), órgão do governo federal responsável pela análise dos projetos passíveis de incentivo pela Lei 12.431.
“Os projetos que recorrem às debêntures incentivadas atraem investimentos do setor privado, acelerando trabalhos de infraestrutura, impulsionando a economia local e gerando ocupação e renda nas localidades”, avalia Juliana Mello, sócia-diretora da Fortesec, empresa de securitização responsável por mais de R$ 15,1 bilhões em operações de crédito estruturado no país. “O aporte de recursos privados contribui para a celeridade na realização dos projetos, otimizando a aplicação de investimentos e ampliando os benefícios econômicos nas regiões atendidas”, adiciona.
De que modo as debêntures incentivadas operam
O investidor empresta recursos para a companhia em troca de rendimentos periódicos, denominados cupons. Na data de vencimento, o investidor recolhe o último cupom e o valor principal investido. O retorno pode ser preestabelecido, pós-fixado ou indexado à inflação.
São títulos de longo prazo, com prazos de vencimento variando de quatro a quinze anos, ou até mais, dependendo do projeto financiado. Esse período estendido permite que o investidor acumule juros sobre o capital investido ao longo do tempo, propiciando uma rentabilidade bastante atrativa.
Quanto à distribuição por setores das captações, o levantamento da Anbima evidencia que transporte e logística (36,7%) e energia elétrica (35,3%) correspondem à maior parte das captações nos primeiros cinco meses do ano, sendo seguidos por saneamento (11,6%) e tecnologia da informação (TI) e telecomunicações (9,0%).
O prazo médio de vencimento dos papéis atingiu 13,2 anos, significativamente acima da média de 9,2 anos verificada nas debêntures em geral (com ou sem benefício fiscal) no mesmo período. No mercado secundário, as transações das debêntures incentivadas alcançaram R$ 30,5 bilhões em maio, elevando o total acumulado no ano para R$ 133,9 bilhões, um montante 37,0% superior ao registrado no mesmo período de 2024.
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Fonte: Bora investir