Em relação às exportações de petróleo da Petrobras no segundo trimestre de 2025, os Estados Unidos receberam 8% do total. Já no que diz respeito aos produtos derivados do petróleo, como diesel e querosene de aviação, os americanos detêm uma parcela maior: 28%.
As informações estão contidas no relatório de vendas e produção trimestral divulgado pela Petrobras na terça-feira (29).
Nas últimas semanas, tem havido preocupação com a possível imposição de uma taxa de 50% sobre o petróleo brasileiro ao entrar nos Estados Unidos.
O presidente dos EUA, Donald Trump, emitiu uma ordem executiva nesta quarta-feira (30) determinando a aplicação de tarifas sobre produtos provenientes do Brasil dentro de sete dias. Entretanto, o documento lista exceções, como minerais, fertilizantes e itens energéticos, incluindo o petróleo.
A taxação de outros produtos foi justificada sob a alegação de que o ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (2019-2022), acusado no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe, estaria sendo alvo de perseguição política.
Os EUA também iniciaram uma investigação interna sobre práticas comerciais do Brasil consideradas desleais, como o Pix.
Produto em destaque nas exportações
O petróleo encerrou o ano de 2024 como o principal item das exportações brasileiras, substituindo a soja. As vendas de óleo cru ou minerais totalizaram US$ 44,8 bilhões, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Com isso, o petróleo bruto passou a representar 13,3% das exportações do país.
A Petrobras é a principal produtora de petróleo no Brasil. Informações mais recentes (maio) da ANP, reguladora do setor, indicam que os campos operados exclusivamente pela Petrobras respondem por 22,6% da produção de petróleo e gás, chegando a 89,30% quando considerados os campos operados em consórcio.
No que diz respeito às exportações de petróleo pela Petrobras, os EUA ficam em terceiro lugar, com 8%, atrás da China (54%), Europa (19%) e Ásia excluindo a China (12%), mas à frente da América Latina (6%) e África do Sul (2%), de acordo com o relatório da estatal.
A proporção enviada aos Estados Unidos diminuiu em relação ao primeiro trimestre de 2025 (4%) e ao mesmo período do ano anterior (5%).
Exploração de novos mercados
A Petrobras destaca que a China ampliou sua participação como destino das exportações (de 50% para 54% em comparação com o segundo trimestre de 2024). “Consequentemente, houve uma queda nas exportações para a Europa e o restante da Ásia, que são mercados importantes para os óleos brasileiros. América Latina e EUA tiveram um leve aumento em suas participações”, aponta o relatório.
A empresa também mencionou um contínuo esforço para expandir o mercado para os óleos do pré-sal, seja através da venda para novos compradores ou da alocação de novas correntes para clientes existentes, como a primeira venda realizada a uma refinaria na África do Sul.
Em relação aos derivados exportados, os Estados Unidos (28%) ocupam o segundo lugar, atrás apenas de Cingapura (63%). Porém, essa participação tem apresentado uma tendência de redução. No primeiro trimestre de 2025, era de 37%; no segundo trimestre de 2024, de 50%.
Produção global
O relatório da Petrobras também destaca que, no segundo trimestre de 2025, a produção de petróleo e gás natural atingiu 2,9 milhões de barris, representando um aumento de 5% em relação ao primeiro trimestre e de 8,1% em comparação com o mesmo período de 2024.
Fonte: Agência Brasil