O secretário da Economia, Pedro Haddad, afirmou que as taxas alfandegárias norte-americanas impactarão 4% das vendas externas do Brasil, porém, desse montante, 2% já têm um destino substituto. A afirmação foi feita nesta terça-feira (5) durante a 5ª reunião plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável.
Haddad começou sua participação no evento ressaltando uma série de “boas novidades” que acabaram sendo obscurecidas na mídia devido à preocupação com os desdobramentos das taxas alfandegárias no Brasil.
“Foi uma semana de tensão, porém com muitas notícias positivas. Conquistas que proporcionam qualidade de vida à população”, afirmou o secretário, ao mencionar a saída do Brasil do Mapa da Fome; a menor taxa de desemprego registrada na história (5,8%); e o aumento da renda dos brasileiros que, de acordo com ele, “cresceu de forma inédita desde a implementação do Plano Real”.
O secretário também destacou o decréscimo da inflação e da disparidade social, “atingindo o nível mais baixo da história”, assim como os resultados positivos nas contas públicas; a eficácia do ajuste financeiro e a manutenção dos investimentos em setores como infraestrutura e educação.
Setores Financeiros
O secretário frisou que as vendas para os Estados Unidos chegaram a representar 25% do total exportado pelo país, porém, “graças à iniciativa do governo Lula, em 2003, de abrir os mercados para os produtos brasileiros, elas [exportações para os EUA] correspondem atualmente a 12%. Dessas 12%, 4% estão sujeitos às taxas alfandegárias”.
“E dentre os 4%, mais de 2% irão, naturalmente, encontrar um novo destino por serem produtos básicos com valores internacionais que acabarão sendo comercializados em curto ou médio prazo”, acrescentou.
No entanto, Haddad alertou para a necessidade de cautela e atenção diante da situação.
“Estamos vigilantes. Não é porque 2% ou 1,5% das exportações serão afetadas que iremos nos descuidar. Temos consciência de que, nesses 1,5%, existem setores extremamente vulneráveis. Setores que geram empregos em grande escala, como é o caso da fruticultura. Setores que demandam uma atenção especial de nossa parte, a qual será devidamente dispensada”, completou.
Ele explicou que a prioridade do governo é garantir que as pessoas tenham acesso à alimentação, emprego e oportunidades de investimento.
“Vamos apoiar essas famílias prejudicadas por uma medida que foi considerada injusta, inadequada e que não condiz com os 200 anos de relação amigável que nos ligam ao povo dos Estados Unidos”, declarou o secretário.
Novidades Positivas
Ainda em sua apresentação, Haddad retomou as “notícias positivas” que foram o destaque inicial de seu pronunciamento.
“Eu poderia mencionar também os recordes de investimento, tanto na indústria quanto na infraestrutura, vivenciados atualmente pelo país, que está passando por seu melhor momento em 15 anos. Precisamos considerar todos esses aspectos em meio ao contexto geopolítico atual. É fundamental encarar tudo isso com otimismo, afinal, sem otimismo, eu desaconselharia a qualquer um assumir o cargo de secretário da Economia do Brasil”, afirmou.
* Título e conteúdo modificados para corrigir a informação sobre a porcentagem de exportações brasileiras afetadas pelas taxas alfandegárias.
Fonte: Agência Brasil