Estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), com base em fontes oficiais e análises econômicas, apresentou um cenário das relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos e calculou o impacto das taxas norte-americanas sobre a produção brasileira.
Pesquisa da UFMG indicou que caso as tarifas de 50% sejam confirmadas, cerca de 110 mil postos de trabalho podem ser afetados. O estudo também sugere que a economia brasileira pode ter uma redução de R$ 19,2 bilhões (-0,16%) no PIB e de R$ 52 bilhões nas exportações.
A projeção aponta que os segmentos mais afetados serão: tratores e equipamentos agrícolas, com declínio de 23,61% na exportação e de 1,86% na produção; aeronaves, navios e outros meios de transporte, com diminuição de 22,33% na exportação e de 9,19% na produção; e de aves, com queda de 11,31% nas exportações e 4,18% na produção.
Situação desvantajosa para todos, afirma CNI
Os estados brasileiros mais impactados no PIB serão: São Paulo (R$ 4,4 bilhões), Rio Grande do Sul (R$ 1,9 bilhão), Paraná (R$ 1,9 bilhão), Santa Catarina (R$ 1,7 bilhão) e Minas Gerais (R$ 1,66 bilhão).
“Os números evidenciam que essa política é prejudicial para todos, mas principalmente para os americanos. A indústria brasileira tem nos EUA seu principal mercado, por isso a situação é tão alarmante. É do interesse de todos avançar nas negociações e convencer o governo americano da complementariedade de nossas relações. A racionalidade precisa prevalecer”, declara o presidente da CNI, Ricardo Alban.

CNI considera tarifas desequilibradas
A CNI também aponta que as tarifas de 50% anunciadas pelo presidente norte-americano Donald Trump para o Brasil são excessivas. Segundo a Receita Federal, o Brasil aplicou tarifa média real de 2,7% sobre importações de produtos americanos em 2023.
O saldo comercial dos EUA com o Brasil registrou significativo superávit na última década: US$ 43 bilhões em bens e US$ 165 bilhões em serviços.
EUA podem sofrer mais prejuízos na economia
O PIB dos EUA pode diminuir 0,37% devido às barreiras tarifárias impostas ao Brasil, China e outros 14 países, além das taxas sobre importação de automóveis e aço de qualquer origem.
Já as tarifas excessivas podem reduzir em 0,16% o PIB do Brasil e da China, além de resultar em queda de 0,12% na economia global e um declínio de 2,1% no comércio mundial (US$ 483 bilhões).
Os EUA são o terceiro maior parceiro comercial do Brasil, sendo a origem de 12% das exportações brasileiras e destino de 16% das importações. O país também é o principal mercado das exportações da indústria de transformação, representando 78,2% das exportações em 2024.
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Fonte: Bora investir