O cofundador da empresa Strategy, que está listada na Nasdaq, Michael Saylor, afirmou na sexta-feira (1º) que a companhia talvez venha a deter mais de 7% da quantidade total de Bitcoins disponíveis, limitada a 21 milhões de moedas.
No entanto, Saylor, que concebeu o plano de tesouraria em Bitcoin da Strategy, compartilhou em uma entrevista à CNBC que a empresa não tem a intenção de adquirir todos os ativos digitais, pois ele deseja que “cada um tenha sua participação”.
A Strategy — anteriormente conhecida como MicroStrategy — detém atualmente um pouco mais de 3% da quantidade atual de Bitcoin em circulação, que é de 19.900.346 moedas. Apenas 21 milhões de BTC serão minerados, sendo que a última moeda está prevista para ser gerada em 2140.
Situada em Tysons Corner, Virgínia, a empresa é a maior detentora corporativa de Bitcoin no mundo, possuindo 628.791 moedas digitais avaliadas em US$ 72 bilhões, com base no preço atual do BTC de US$ 114.692. A companhia deu início às aquisições de Bitcoin em 2020.
Adquirir 7% da quantidade total de Bitcoin implicaria deter 1,47 milhão de BTC, atualmente avaliados em cerca de US$ 169 bilhões.
A abordagem Bitcoin
A Strategy enfrentou desafios durante a pandemia de COVID-19, quando a inflação impactou consideravelmente suas reservas. Em agosto de 2020, a empresa modificou sua abordagem de desenvolvimento de software para a estratégia de acumulação de Bitcoin, visando sobrevivência.
Saylor, que ocupava o cargo de CEO da Strategy na época, passou a classificar o Bitcoin como o “ativo supremo” devido à sua escassez, encorajando outras empresas a investirem nele como forma de preservar riqueza.
As ações da Strategy caíram mais de 6% nas negociações de sexta-feira, sendo comercializadas abaixo de US$ 380 — algo que não acontecia desde o início de julho.
No entanto, desde a primeira compra de Bitcoin em agosto de 2020, os papéis da empresa acumulam um ganho superior a 2.488%.
No momento, a Strategy adquire e mantém Bitcoin, enquanto os investidores compram suas ações — MSTR — para obter exposição à criptomoeda sem precisar custodiá-la. A empresa emite dívidas para financiar suas aquisições.
Saylor comunicou, durante a teleconferência de resultados do segundo trimestre na quinta-feira, que o valor do Bitcoin poderia recuar entre 80% e 90%, e ainda assim a empresa teria capacidade de suportar a desvalorização sem liquidar seus BTC.
O analista Mark Palmer, da Benchmark, elevou o preço-alvo das ações da empresa para US$ 705 na sexta-feira — um incremento de 85% em relação ao preço atual.
Diversas outras empresas menores listadas na Nasdaq também adotaram a estratégia de tesouraria em Bitcoin. Contudo, alguns especialistas alertam que essa abordagem com criptomoedas pode não ser adequada para todas as empresas e envolve riscos inerentes.
* Texto traduzido e adaptado com permissão da Decrypt.
Fonte: Portal do Bitcoin