Os minerais essenciais e as terras estranhas podem ser abordados nas conversas comerciais com os Estados Unidos, anunciou hoje o ministro da Economia, Fernando Haddad. Segundo ele, um pacto referente a esses assuntos poderá ser formalizado com o governo norte-americano.
“Possuímos minerais fundamentais e terras pouco comuns. Os Estados Unidos não são abundantes nesses minerais. Podemos estabelecer acordos de colaboração para fabricar baterias mais eficazes”, relatou Haddad em uma entrevista à BandNews nesta tarde.
Atualmente, os minerais cruciais, como lítio e nióbio, são empregados na fabricação de baterias elétricas e em processadores de inteligência sintética (IA). Desde maio, o governo tem debatido uma nova legislação para a IA e centros de dados.
Plano emergencial
No que se refere ao plano de contingência destinado a auxiliar setores afetados pelas taxas impostas pelo governo Trump, Haddad afirmou que as providências estão prontas e devem ser divulgadas até quarta-feira (6), dada como o prazo para a entrada em vigor das tarifas. Hoje, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, comunicou que o plano está finalizado e contempla, entre outras medidas, linhas especiais de crédito e auxílio para aquisições governamentais.
Novas isenções
Haddad não descartou a possibilidade de outros produtos serem adicionados à relação de exceções dos Estados Unidos até quarta-feira (6). O ministro reafirmou que o Brasil seguirá negociando e que as condições atuais impostas pelo governo norte-americano são inaceitáveis, mas podem ser aprimoradas.
“Acredito que algumas alterações [na lista de exceções] ainda poderão ocorrer até o dia 6. É uma possibilidade, porém, ressalto que não estipulamos um prazo definitivo. Não abandonaremos a mesa de negociação até vislumbrarmos um acordo que contemple interesses mútuos. Nessas bases, o Brasil, sem dúvida, não firmará um acordo, pois não faz sentido algum diante da taxação imposta ao país”, afirmou Haddad.
Um dos setores que poderá se beneficiar é o café. Após se reunir com Alckmin hoje, o presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Marcio Ferreira, informou que há 50% de chances de o setor ser excluído da tarifa de 50%.
Fonte: Agência Brasil