O Secretário de Economia dos Estados Unidos, Howard Lutnick, declarou na terça-feira (29), em uma conversa com a rede de TV norte-americana CNBC, que determinados itens não produzidos internamente, como o café, manga e abacaxi, poderiam ser importados para os Estados Unidos sem custos adicionais.
“Caso um país fabrique algo que nós não fabricamos, isso teria isenção de tarifas. Caso negociemos com um país que fabrique manga ou abacaxi, então poderão entrar sem encargos. Café e cacau poderiam ser outros exemplos de matérias-primas [que serão dispensadas]”, afirmou o secretário.
O Brasil, por exemplo, é um dos principais fornecedores de café para o mercado dos Estados Unidos. Todavia, o secretário não mencionou nenhum caso específico.
Lutnick assegurou que o prazo definido pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para a imposição de tarifas a diversos parceiros comerciais não será prorrogado. O início da vigência das taxas está agendado para esta sexta-feira (1º).
O Brasil é um dos países que até o momento teve a maior tarifa aplicada, que atingiu 50% sobre todas as exportações. Durante a entrevista, Lutnick esclareceu que somente as conversas com a China devem se prolongar por mais um tempo, em um calendário separado. Para os demais países, o prazo para finalizar um acordo sobre a aplicação das tarifas se encerra em três dias.
“Estamos conduzindo nossas próprias negociações com a China. Eles são um caso à parte”, disse ele. “Contudo, para o restante do mundo, resolveremos tudo até sexta-feira. E o dia 1º de agosto não está distante, é a data em que estabeleceremos todas essas tarifas, que passarão a vigorar a partir dessa data”, explicou.
Lutnick já havia mencionado anteriormente que a próxima sexta-feira é realmente o “prazo final absoluto” para o início da cobrança dessas tarifas, apesar de ter ressaltado também que os Estados Unidos continuam abertos a diálogos com os países mesmo após esse prazo.
Ao ser indagado na CNBC sobre o avanço das negociações comerciais com países específicos, Lutnick sugeriu que Trump rejeitou repetidamente possíveis acordos em busca de condições mais favoráveis para os Estados Unidos.
“O que tem ocorrido é que muitos países nos apresentaram propostas razoáveis para abrir seus mercados. Propositions de 50%, 30%”, afirmou Lutnick. “O presidente disse: ‘Não, não, eu desejo mercados inteiramente abertos'”, relatou na entrevista.
“Assim, agora, o custo de um acordo com os Estados Unidos da América é claro: mercados completamente acessíveis”, declarou. “Porém [o presidente] está ciente de que pode simplesmente fixar a tarifa, estipular o preço e seguir adiante”, concluiu.
Fonte: Agência Brasil