A Coinbase apresentou receita global de US$ 1,5 bilhão — uma diminuição de 25% em relação ao trimestre anterior — enquanto a plataforma de negociação lidava com os efeitos financeiros de uma violação de dados ocorrida em maio, porém também se beneficiava de seu investimento na emissora de stablecoins recém-listada na bolsa, a Circle, de acordo com as informações divulgadas no relatório de resultados do segundo trimestre.
A receita do segundo trimestre ficou cerca de 6% abaixo das expectativas dos analistas, que previam US$ 1,59 bilhão, conforme dados da FactSet. O lucro ajustado foi de US$ 512 milhões, queda de mais de 13% em comparação com o mesmo período do ano anterior.
As ações da Coinbase caíram mais de 6% após o fechamento do mercado, sendo negociadas a US$ 353. O papel (COIN) alcançou o pico histórico de aproximadamente US$ 420 em julho e acumula aumento de cerca de 45% desde o início de 2025.
A empresa reportou um lucro líquido de US$ 1,4 bilhão, salto em relação aos US$ 66 milhões do trimestre anterior — impulsionado pelo aumento do valor de sua participação na Circle e pela valorização de seus ativos em criptomoedas, de acordo com a própria Coinbase.
“Os mercados cripto mostraram-se menos robustos no segundo trimestre em comparação com o primeiro… os mercados não seguem uma linha reta”, compartilhou Anil Gupta, vice-presidente de Relações com Investidores da Coinbase, com o Decrypt, destacando que os preços das criptomoedas e a volatilidade diminuíram no período. “Esses fatores representaram dois influenciadores significativos que atuaram como obstáculos para o ambiente geral de negociação”, declarou.
Os projetos de expansão da Coinbase
Os últimos resultados da Coinbase surgem em um momento no qual a companhia busca ampliar suas atividades, aproveitando um cenário político mais favorável às criptomoedas nos Estados Unidos.
Na quinta-feira, a empresa revelou seus planos para uma nova “bolsa de tudo”, a ser lançada primeiramente nos EUA e posteriormente em mercados internacionais nos próximos meses, conforme relatado pela CNBC.
A plataforma disponibilizará ativos do mundo real tokenizados, ações, derivativos e vendas de tokens em estágio inicial, além de contratos referentes a resultados de eventos do mundo real, de acordo com o vice-presidente de produto da Coinbase.
No entanto, a companhia também encara desafios, como o aumento das tensões geopolíticas e a intensificação da concorrência.
Os valores das criptomoedas sofreram uma leve queda quando Israel e Irã trocaram ataques com mísseis no mês passado, apesar de os investidores terem, em grande parte, ignorado outras incertezas — incluindo as instáveis negociações comerciais do presidente dos EUA, Donald Trump, que abalaram os mercados globais em abril.
O preço do Bitcoin cresceu cerca de 26% no período de três meses terminado em 30 de junho, ultrapassando os US$ 107.000 naquele dia. (Desde então, o ativo se valorizou ainda mais, atingindo um pico histórico próximo de US$ 122.850 em julho, antes de retroceder para o nível atual, próximo de US$ 115.000).
Em maio de 2025, a Coinbase comprou a Deribit, uma plataforma de negociação de opções que detém cerca de 80% do mercado de derivativos de ativos digitais, por quase US$ 3 bilhões — representando a maior aquisição da indústria de criptomoedas até o momento. Até agora, a companhia já adquiriu seis empresas neste ano.
A exchange é uma das diversas grandes empresas do setor de criptomoedas que estão adquirindo provedores de serviços em todo o ecossistema de ativos digitais, à medida que a indústria blockchain se prepara para um crescimento significativo sob a administração do autodeclarado defensor das criptomoedas, o presidente Donald Trump.
A atividade de fusões e aquisições na indústria de criptomoedas aumentou do quarto trimestre de 2024 para o primeiro trimestre deste ano, com companhias de ativos digitais anunciando 61 acordos nos primeiros três meses de 2025, de acordo com a provedora de dados Architect Partners.
* Traduzido e alterado com autorização do Decrypt.
Fonte: Portal do Bitcoin