O líder Luiz Inácio Lula da Silva exigiu, no dia de hoje (1°), que a equipe governamental e o Banco Central busquem opções de financiamento para o ramo imobiliário, diante de retiradas da poupança, que é a principal fonte de recursos para financiamento de habitação no país.
Conforme o líder, a medida é crucial para estimular as contratações pela classe média, no contexto do Programa Minha Casa, Minha Vida.
“Houve uma reunião dois meses atrás, em junho, e decidimos propor o maior programa habitacional já visto nesta nação. Não apenas residências para os menos favorecidos, mas abrigo para a classe média. Lar para um cidadão que labuta, que aufere até R$ 12 mil, esse indivíduo também merece uma moradia”, afirmou Lula durante cerimônia de entrega do Minha Casa, Minha Vida, no Palácio do Planalto.
“Realizamos a reunião em 24 de junho, solicitaram-me 30 dias para apresentar a proposta final. De 24 de junho, avançamos para 24 de julho, já estamos em agosto. Portanto, tanto você, Jader [Filho] quanto o Carlos [Vieira], a Inês [Magalhães], o Rui Costa e o líder do Banco Central devem uma resposta”, pressionou.
Lula mencionou os ministros das Cidades, Jader Filho, e da Casa Civil, Rui Costa; o presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira; a vice-presidente de Habitação da Caixa, Inês Magalhães; e o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.
No decorrer de 2025, a poupança já registrou resgate líquido de R$ 49,6 bilhões.
A poupança teve entrada líquida de R$ 2,1 bilhões em junho.
Este é o segundo mês seguido de resultado positivo na poupança, após os quatro primeiros meses do ano de retiradas. No acumulado de 2025, a poupança tem resgate líquido de R$ 49,6 bilhões.
Em 2023 e 2024, as retiradas líquidas da poupança atingiram R$ 87,8 bilhões e R$ 15,5 bilhões, respectivamente. Entre as causas para os saques está a manutenção da Selic – o índice básico de juros – em elevação, o que favorece a aplicação em investimentos mais rentáveis.
Limites
O ministro das Cidades, Jader Filho –
Marcelo Camargo/Agência Brasil
O secretário Jader Filho propõe a liberação dos depósitos compulsórios da poupança.
Atualmente, o Banco Central demanda dos bancos o depósito compulsório de 20% sobre os valores dos depósitos de poupança. A sugestão é reduzir tal percentual, liberando assim mais recursos para financiamento imobiliário.
Nesse contexto, para Jader Filho, 80% dos fundos devem ser destinados, exclusivamente, a contratos de habitação e com limitação na taxa de juros. “Eu já comuniquei isso ao presidente Galípolo, no último encontro que tivemos, que o Ministério das Cidades compreende que é necessário ter essas duas condições para que possamos realizar esse lançamento. Ou fazemos dessa forma ou seria inadequado lançar, se esses dois travamentos não estiverem presentes”, destacou.
“As taxas de juros não podem ser liberadas para viabilizar a alocação desses recursos, pois precisamos considerar que há um foco na questão habitacional. Precisamos atingir a classe média, que hoje enfrenta dificuldades para obter financiamento […], faltam recursos para financiar a classe média”, acrescentou.
De acordo com o ministro, é necessário um novo diálogo com o Banco Central, em reunião com a presença do presidente Lula e do presidente Galípolo. “O objetivo desse recurso, dado que é limitado atualmente, é que ele seja destinado à habitação, e não para outras áreas como, por exemplo, construção de centros comerciais e outros empreendimentos”, argumentou Jader.
Novas entregas
Lula participou da entrega simultânea de 1.876 moradias do Minha Casa, Minha Casa em seis localidades das regiões Norte e Nordeste. Foram entregues conjuntos habitacionais em Pojuca e Paulo Afonso, na Bahia; Horizonte, no Ceará; Açailândia, no Maranhão; Teresina, no Piauí; e Chapada de Areia, no Tocantins.
As habitações entregues no Ceará são as primeiras contratadas e entregues no terceiro mandato do presidente Lula, já nos novos moldes: residências melhores com varanda, em condomínios mais bem localizados e com equipamentos públicos como bibliotecas.
“O povo anseia por ser tratado com dignidade. Portanto, se o cidadão possuir uma moradia, próximo dessa houver uma escola, um comércio para suas necessidades, um ponto de ônibus para deslocar-se até a cidade, se o poder público disponibilizar serviços de saúde, creche… Como as mulheres poderão trabalhar se não tiverem uma creche para seus filhos?”, argumentou Lula.
“O valor de uma residência para um indivíduo carente é imenso. É a segurança que buscamos na vida. Por isso temos o compromisso de prover moradias, por isso a Caixa deve alocar todos os recursos possíveis para isso. Por isso, Jader terá que se dedicar ainda mais”, reforçou Lula.
Fonte: Agência Brasil
