A valorização do Bitcoin em agosto está vacilante, com numerosos indícios de venda convergindo. Negociado a US$ 114.106 nesta quarta-feira (6), o BTC enfrenta uma redução de 0,7% no dia. Em reais, o valor do ativo fica em aproximadamente R$ 629.551, de acordo com informações do Portal do Bitcoin.
A fragilidade do Bitcoin é evidenciada por duas métricas importantes que indicam uma mudança no sentimento. Os sinais sugerem uma possível interrupção no ímpeto de alta, visto que os detentores de longo prazo estão realizando lucros e os vendedores estão ganhando vantagem.
Dados on-chain revelam que baleias antigas, inativas por sete a dez anos, transferiram cerca de 3.000 BTC na terça-feira (5). Historicamente, transferências desse tipo costumam coincidir com picos locais.
O volume de venda dos tomadores em contratos futuros aumentou para os níveis observados em 1º de agosto e 30 de julho. Na última vez que isso ocorreu, uma baleia antiga de Bitcoin também movimentou suas participações, desencadeando uma queda de quase 6%.
Dados de opções apontam para uma mudança no sentimento, com o viés de 30 dias diminuindo de +2% para -2%, indicando que os investidores estão pagando mais para se proteger contra desvalorizações.
A prudência institucional também é evidente nos US$ 1,2 bilhão retirados de ETFs de Bitcoin à vista nos últimos dois dias, contribuindo para uma pressão vendedora adicional.
Isso ocorre em um momento em que os produtos de investimento em criptomoedas da CoinShares finalizaram uma sequência de 15 semanas de entradas, após uma saída de US$ 223 milhões no final de julho.
A empresa sugeriu a possibilidade de uma mudança de tendência após uma “reunião hawkish do FOMC e uma série de dados econômicos dos EUA acima do previsto”.
O sentimento é refletido no desempenho atual do Bitcoin, que acumula uma queda de 1,5% em agosto, conforme dados do CoinGecko.
Apesar de não ser incomum um mês negativo para a principal criptomoeda — seu histórico de 12 anos mostra um retorno mediano de 0,96% em agosto —, a atual fragilidade está alinhada a uma mudança mais ampla no apetite institucional por risco.
Cenário de indefinição
“O cenário mais provável é de consolidação durante agosto antes que o ímpeto seja recuperado”, declarou Georgii Verbitski, fundador da plataforma DeFi TYMIO, ao Decrypt.
Os efeitos da incerteza em relação às tarifas e às condições macroeconômicas nos EUA são evidentes.
Jurrien Timmer, diretor de macro global da Fidelity, alertou para a necessidade de cautela, destacando a frágil amplitude do mercado — onde os ganhos estão centralizados em poucas ações — e as divergências negativas, com o S&P 500 atingindo novas máximas mesmo que os indicadores de momento não confirmem o avanço.
Apesar desses sinais, Verbitski reforçou que a tendência geral para o mercado de criptoativos permanece “positiva”. Contudo, os investidores devem estar preparados para certa “volatilidade” no curto prazo, enfatizou.
* Adaptado e revisado com autorização do Decrypt.
Fonte: Portal do Bitcoin