Os papéis da Coinbase tiveram uma queda de 17% hoje, contrastando com a divulgação de resultados financeiros considerados em sua maioria insatisfatórios. Contudo, vários especialistas aconselham que os investidores não tomem decisões precipitadas em relação à venda das ações da corretora.
Segundo esses analistas, as ações da plataforma de criptomoedas dos Estados Unidos têm potencial para se revitalizarem à medida que estabelecem parcerias estratégicas e realizam aquisições que tendem a expandir sua base de clientes — tanto para serviços de criptomoedas quanto para outros segmentos não relacionados.
Essas parcerias têm o potencial de impulsionar os resultados financeiros da Coinbase nos próximos trimestres, compensando os impactos negativos da receita aquém do esperado e do volume de negociações mais fraco no segundo trimestre, conforme afirmam os especialistas.
A valorização da COIN encerrou em US$ 314,69 ao final do pregão, representando uma baixa de aproximadamente 25% em comparação com o pico de 52 semanas, de US$ 419,78, atingido em julho, de acordo com dados do Yahoo Finance.
Essa queda ocorreu um dia após a empresa registrar uma receita total de US$ 1,5 bilhão — 6% abaixo das projeções dos analistas —, de acordo com o último relatório financeiro. O lucro ajustado (EBITDA) foi de US$ 512 milhões no mesmo período, uma queda de 13% em relação ao segundo trimestre de 2024.
O desempenho financeiro abaixo do esperado da Coinbase coincidiu com a redução nos volumes de negociação de criptomoedas, influenciados pelo aumento das tensões entre Irã e Israel e pelas incertezas resultantes das discussões tarifárias do presidente dos EUA, Donald Trump, que geraram apreensão entre os investidores. Ainda assim, a plataforma de negociação destacou elementos positivos em seu relatório mais recente, indicando oportunidades de crescimento significativo da receita em um futuro próximo. Analistas da Bernstein ressaltaram essas iniciativas em um comunicado divulgado em 31 de julho.
Para começar, a Coinbase comprou a Deribit, uma bolsa de derivativos focada em criptomoedas, o que permitirá à plataforma lançar contratos perpétuos nos EUA e explorar o lucrativo mercado de derivativos, observaram os analistas.
“Isso deverá impulsionar os volumes de negociação no segundo semestre — já refletido na projeção de receitas com transações em julho”, disseram os analistas da Bernstein.
Eles ainda acrescentaram que a Coinbase recentemente divulgou seus planos de se tornar uma “exchange de tudo”, permitindo transações envolvendo eventos do mundo real, ativos do mundo real tokenizados, ações, derivativos e vendas de tokens em estágios iniciais — uma expansão significativa além dos serviços principais da empresa.
Essa iniciativa visa diversificar as fontes de receita da corretora, potencialmente minimizando os efeitos negativos das quedas nos volumes de negociação de criptomoedas na receita da Coinbase durante períodos de baixa no mercado de ativos digitais, destacaram os analistas da Bernstein.
Em um comunicado datado de 1º de agosto, analistas da H.C. Wainwright & Co. também consideraram a recente parceria da Coinbase com o J.P. Morgan, o maior banco dos EUA, como outro ponto positivo no relatório do segundo trimestre da empresa.
Através desse acordo, os clientes do JPMorgan Chase poderão conectar suas contas do Chase à Coinbase para financiar suas contas na plataforma de criptomoedas, o que pode ampliar a base de usuários da empresa e, consequentemente, fortalecer seus resultados financeiros. Utilizando a Base, uma rede descentralizada da Coinbase, os clientes também poderão negociar seus pontos de recompensa do Chase pelo USDC, a stablecoin da Circle.
“Parcerias recentemente divulgadas com alguns dos maiores bancos dos EUA para impulsionar significativamente a adoção das criptomoedas” podem expandir a atividade principal da Coinbase, afirmou o analista da H.C. Wainwright & Co. no comunicado.
* Adaptado e revisado com autorização do Decrypt.
Fonte: Portal do Bitcoin